Sempre desejei ser mãe, mas
aquela coisa do parto normal nunca foi a “ minha onda”. Dizia muitas vezes que
não me importava nada de fazer cesariana quando um dia tivesse filhos! Ao que
me respondiam que era louca, que o parto normal era muito melhor e que só assim
é que se sabia o que era ser mãe… O parto do Duarte foi induzido e tive
contrações, poucas graças à milagrosa epidural, mas acabei por ter que ser
submetida a uma cesariana e devido a complicações de ultima hora, com recurso a
anestesia geral. Felizmente e graças ao meu obstetra e à sua equipa correu tudo
bem, embora tenha acordado muito “abananada”!!! Recordo-me de tentar abrir os
olhos e ver uma pequena cabeça com um gorro azul e rapidamente voltava a
adormecer! Desta vez voltei a fazer cesariana, mas agora com anestesia
raquidiana que me permitiu estar sempre acordada e consciente dos procedimentos
e de todo o ambiente em torno da equipa do bloco, e que queridos e bem-dispostos
que foram! Pude ver o Simão assim que nasceu, foi-me colocado ao peito logo que
possível, porque o toque e o contacto pele com pele é fundamental no processo
precoce de vinculação. Eu estava bem, desperta e feliz!
Duas cesarianas, mas duas
experiências completamente diferentes. O médico obstetra o mesmo de ambas as
vezes, sempre cuidadoso e de um profissionalismo exemplar. Se tive dores…claro
que sim, muitas até. Se me conseguia mexer…conseguia com muita dificuldade. No
entanto esta segunda intervenção teve uma recuperação de longe melhor que a
primeira. Não tenho pena nenhuma de não saber o que é passar por um parto
normal e não me sinto “menos mãe” por isso! Na minha perspetiva o que importa é
que tudo corra bem, que a mãe e o bebé fiquem bem e acima de tudo que haja
humanização no parto e no puerpério…e isso posso afirmar que fui uma sortuda
nas equipas que apanhei na maternidade do Hospital de São Bernardo!
Respeitemos as mães…as que têm
filhos de parto normal ou de cesariana, com epidural ou sem anestesia, porque
há uma coisa que independentemente da forma como damos à luz é transversal a
todas nós…o AMOR incondicional pelos nossos filhos!
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